A Mágica da Dieta Alcalina é a gravação da palestra apresentada por Andre Aben Athar no Congresso Nacional de Saúde 2014. Nesta palestra ele fala sobre os benefícios da dieta alcalina e também mostra na prática como fazer um suco alcalino. Veja Aqui: CONASAÚDE - A Mágica da Dieta Alcalina
Talvez voce pense que milenar signifique velho, antigo e ultrapassado e que moderno seja sinonimo de alta tecnologia e eficácia. Em alguns casos, creio que seja assim mesmo, que o novo representa aperfeiçoado, melhorado, burilado...
Mas no caso da medicina ocidental que existe há apenas 50 (cinquenta) anos ou menos ainda, quase tudo que existe de conhecimento é totalmente novo. A medicina moderna ocidental não é aperfeiçoamento de alguma coisa anterior, de uma medicina anterior, pois antes dela existiam um emaranhado de lendas, folclores, feitiches e simpatias. Não existiu uma medicina ocidental antes dessa que existe agora!
Talvez por isso - já que antes, no ocidente, existia somente simpatias - se considere que as medicinas orientais milenares não são científicas e são rudimentares.
Enganam-se os que pensam assim, pois os sistemas de diagnóstico e tratamento de doenças dos orientais foram alvos de muito estudo, pesquisa, experimentação e documentação. Isso mesmo documentação! Milhares de livros foram escritos com tratados de cura específica e saúde em geral. E Bilhões de pessoas ao longo de milênios comprovaram os acertos desses estudos.
E ao contrário da dita "Moderna" medicina ocidental, não há grandes mudanças semanais nos cânones da medicina oriental. Talvez um pequeno acerto aqui, uma leve correção acolá, um consertinho ali, um esclarecimento e muitos aperfeiçoamentos aproveitando a tecnologia de máquinas e equipamentos. Mas quantos as linhas gerais, as técnicas e o conceitos pouca coisa mudou. O mesmo não se pode dizer da medicina ocidental que mais parece manchete de jornal: MUDA DIARIAMENTE TUDO!
Colesterol - Fim do Mito - Dr. Drauzio Varella
A agonia do colesterol
Nunca me convenci de que essa obsessão para abaixar o colesterol às custas de remédio aumentasse a longevidade de pessoas saudáveis.
Essa crença - que fez das estatinas o maior sucesso comercial da história da medicina - tomou conta da cardiologia a partir de dois estudos observacionais: Seven Cities e Framingham, iniciados nos anos 1950.
Considerados tendenciosos por vários especialistas, o Seven Cities pretendeu demonstrar que os ataques cardíacos estariam ligados ao consumo de gordura animal, enquanto o Framingham concluiu que eles guardariam relação direta com o colesterol.
A partir dos anos 1980, o aparecimento das estatinas (drogas que reduzem os níveis de colesterol) abafou as vozes discordantes, e a classe médica foi tomada por um furor anticolesterol que contagiou a população. Hoje, todos se preocupam com os alimentos gordurosos e tratam com intimidade o "bom" (HDL) e o "mau" colesterol (LDL).
As diretrizes americanas publicadas em 2001 recomendavam manter o LDL abaixo de cem a qualquer preço. Ainda que fosse preciso quadruplicar a dose de estatina ou combiná-la com outras drogas, sem nenhuma evidência científica que justificasse tal conduta.
Apenas nos Estados Unidos, esse alvo absolutamente arbitrário fez o número de usuários de estatinas saltar de 13 milhões para 36 milhões. Nenhum estudo posterior, patrocinado ou não pela indústria, conseguiu demonstrar que essa estratégia fez cair a mortalidade por doença cardiovascular.
Cardiologistas radicais foram mais longe: o LDL deveria ser mantido abaixo de 70, alvo inacessível a mortais como você e eu. Seríamos tantos os candidatos ao tratamento, que sairia mais barato acrescentar estatina ao suprimento de água domiciliar, conforme sugeriu um eminente professor americano.
Pois bem. Depois de cinco anos de análises dos estudos mais recentes, a American Heart Association e a American College of Cardiology, entidades sem fins lucrativos, mas que recebem auxílios generosos da indústria farmacêutica, atualizaram as diretrizes de 2001.
Pasme, leitor de inteligência mediana como eu. Segundo elas, os níveis de colesterol não interessam mais.
Portanto, se seu LDL é alto não fique aflito para reduzi-lo: o risco de sofrer ataque cardíaco ou derrame cerebral não será modificado. Em português mais claro, esqueça tudo o que foi dito nos últimos 30 anos.
A indústria não sofrerá prejuízos, no entanto: as estatinas devem até ampliar sua participação no mercado. Agora serão prescritas para a multidão daqueles com mais de 7,5% de chance de sofrer ataque cardíaco ou derrame cerebral nos dez anos seguintes, risco calculado a partir de uma fórmula nova que já recebe críticas dos especialistas.
Se reduzir os níveis de colesterol não confere proteção, por que insistir nas estatinas? Porque elas têm ações anti-inflamatórias e estabilizadoras das placas de aterosclerose, que podem dificultar o desprendimento de coágulos capazes de obstruir artérias menores.
O argumento é consistente, mas qual o custo-benefício?
Recém-publicado no "British Medical Journal", um artigo baseado nos mesmos estudos avaliados pelas diretrizes mostrou que naqueles com menos de 20% de risco em dez anos as estatinas não reduzem o número de mortes nem de eventos mais graves. Nesse grupo seria necessário tratar 140 pessoas para evitar um caso de infarto do miocárdio ou de derrame cerebral não fatais.
Ou seja, 139 (em 140 pessoas) tomarão inutilmente medicamentos caros que em até 20% dos casos podem provocar dores musculares, problemas gastrointestinais, distúrbios de sono e de memória e disfunção erétil.
A indicação de estatina no diabetes e para quem já sofreu ataque cardíaco, por enquanto, resiste às críticas.
Se você, leitor com boa saúde, toma remédio para o colesterol, converse com seu médico, mas esteja certo de que ele conhece a literatura e leu com espírito crítico as 32 páginas das novas diretrizes citadas nesta coluna.
Preste atenção: mais de 80% dos ataques cardíacos ocorrem por conta do cigarro, vida sedentária, obesidade, pressão alta e diabetes. Imaginar ser possível evitá-los sentado na poltrona, às custas de uma pílula para abaixar o colesterol, é pensamento mágico.
Drauzio Varella é médico cancerologista. Por 20 anos dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer. Foi um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil e do trabalho em presídios, ao qual se dedica ainda hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário